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sábado, 18 de setembro de 2010

Eduardo Paes diz que pintura padronizada tem "ganho estético"

Os tecnocratas são mesmo uns alienados. Não andam de ônibus e nem admiram esse meio de transporte. E ainda ofendem.

A diversidade de pinturas, que era uma marca registrada no Rio de Janeiro, é vista por esses verdadeiros robôs como uma"poluição visual" e que o Rio terá "ganho estético" em seus ônibus. Ganho estético? Pelo que eu vi pelo protótipo mostrado ontem, só se o José Serra for considerado o homem mais lindo do Brasil.

Nem tudo que acontece nos países evoluídos deve ser visto como qualidade. Nos países evoluídos, o ônibus é coadjuvante do transporte. Lá, trens, bondes, navios são mais utilizados. Por isso a preocupação estética com a pintura de ônibus é mínima.

Mas lugares "atrasados" como o Rio, mostram que também podem dar lições a lugares desenvolvidos. A diversidade de pinturas demonstrou bem sucedida até hoje, admirada por muitos. Paes mexeu em time que estava ganhando, rumo a uma derrota vertiginosa. Foi elitista e alienado em definir a diversidade de pinturas como "poluição", além de definir a albinização anêmica de seu protótipo como "ganho estético". Francamente, Sr. Paes!

Pode se falar em poluição visual dos ónibus da capital argentina. A Argentina é o país onde tem os ônibus mais feios do mundo, com total ausência de senso estético tanto nas pinturas como nas carrocerias. Lá sim, pode se falar em poluição visual.

Coisa que não acontecia no Rio, uma verdadeira aula de design gráfico nos ônibus copiadas por estados que não aderiram a padronização, como a surpreendente frota de Natal, no Rio Grande do Norte, além de Recife, Maceió e Florianópolis, esta última desistiu da padronização que tinha nos anos 80.

Paes agora entrou na lista negra dos busólogos e demonstrou além de elitismo, total falta de conhecimento em design e da funcionalidade das pinturas. Especialistas em design reprovaram a nova pintura padronizada, de difícil reconhecimento e total ausência de beleza. Belo Horizonte e Vitória possuem pinturas padronizadas muito mais bonitas. A de São Paulo é um horror. A de Curitiba então, basta mergulhar os veículos num gigantesco balde de tinta que já estão pintados.

Paes tomou a decisão na surdina, omitiu a padronização do edital e se comportou como um ditador, sem ouvir opinião de especialistas em design, em transporte, usuários e busólogos. Ignorou todos e partiu para a solução anti-democrática.

A padronização de pinturas inclusiva vai dificultar a identificação das empresas, favorecendo irregularidades, coisa que pode acontecer se lembrarmos que os "vencedores" da "licitação" (sei muito bem o que é e como funciona - estou me preparando para concurso) são as mesmas velhas caras que atuam há anos, algumas com nomes modificados - fato que cheira muito a trambiques.

Resta dizer que como fã de ônibus e cidadão estou muito triste com essa padronização e com a mentalidade de "troglodita metido a intelectual" que demonstrou em seus argumentos.

Ele e sua cambada de gatos pingados tecnocratas, com mentalidade e sensibilidade de robôs, que vão curtir sozinhos o seu "ganho estético". Pois a grande maioria de busólogos e usuários reprova solenemente essa padonização.

O novo ônibus que serviu de protótipo para a nova pintura já chegou levando estrondosas vaias. Pode até circular, mas não peça aplausos. E vou vaiar com muito orgulho essa atrocidade que fizeram com o transporte carioca, acabando com uma de suas melhores qualidades.