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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

A silenciosa decadência do transporte de Niterói

Psst! Não conta para ninguém. Não comente nem espalhe. Mas o transporte de Niterói, tããão admirado por muitos, está decaindo silenciosamente. Ninguém fala, ninguém comenta, ninguém divulga. A ideia é fingir que tudo está bem, perfeito como o "segundo melhor transporte do país" (depois de Cutiriba) deveria ser.

Mas sem praticamente ninguém saber, é fato de que o transporte de Niterói está decaindo numa velocidade assustadora. Sem que busólogos e admiradores da cidade percebam - apenas os usuários do transporte estão percebendo - carros vão sumindo das ruas, linhas sendo extintas, empresas falindo, além da extinção definitiva dos festejados ônibus de piso baixo, mais caros e difíceis de manutenção.

Duas das maiores operadoras de linhas municipais, a Pendotiba e a Ingá, estão em inacreditável crise. A primeira, vem perdendo linhas e a segunda, além de fazer uma imensa demissão de funcionários e extinguir de vez a função de cobrador, está vendendo cerca de 40% de sua frota, com reduções drásticas de veículos em suas linhas, aumentando o intervalo de horários.

Linhas como a 3 (Bairro de Fátima/Centro) e 38 (Itaipú/Centro) foram extintas. A 3 é compensada por uma van operada pela prefeitura. A 38 é compensada por uma das linhas da operação OC, de BHLS.

As únicas linhas a serem operadas plenamente com frota quase total são as operadas pelas empresas Araçatuba e Brasília. As outras empresas reduziram as suas frotas por causa da Covid e aproveitaram para vender os veículos para tentar minimizar os danos com a crise causada pela inatividade durante a quarentena.

Claro, sem falar no fim dos veículos de piso baixo, vedetes criadas para deslumbrar os turistas que vinham para a copa e para a olimpíada. Até mesmo a 1001, a melhor empresa do estado, se livrou dos seus carros de piso baixo e está há vários anos sem renovar a caquética frota urbana.

Sem turistas para serem enganados, as empresas resolveram, sob total autorização da prefeitura, eliminar os ônibus de piso baixo e trocá-los por ônibus comum de motorização dianteira, piso alto e comprimento curto, diminuindo o conforto para os usuários, mas rendendo uma boa grana para manter o alto padrão de vida dos empresários de ônibus.

O sistema de Niteroi, antes disto, já era totalmente problemático, com trajetos mal planejados, pontos finais mal localizados, um terminal urbano superlotado e uma rodoviária quase vazia, ônibus em mal estado de conservação e falta de ligação entre bairros e localidades importantes. 

Fechar os olhos diante disto tudo, só para quem não anda de ônibus e acha que Niterói é o paraíso dos paraísos. Coisa de quem vive dormindo em uma cidade criada para ser um reles dormitório a iludir os sonhos dos mais alienados niteroienses.

Bom lembrar que isto não será resolvido pala nova gestão de Axel Grael, no fundo uma reedição da gestão de Rodrigo Neves, que sempre fez vista grossa para os problemas de Niterói, todos escondidos pela maquiagem criada pelo mito falso do IDH Alto, criado para que nenhum gasto seja feito para melhorar Niterói.