A
lei nos diz que o Brasil é uma democracia. O Brasil todo, não. Pelo
menos no Rio de Janeiro, a democracia parece não ter chegado. Por causa
dessa irresponsabilidade chamada "copa do mundo de futebol", o
governador Sérgio Cabral Filho e o prefeito Eduardo Paes e seus aliados
políticos, passam por cima dos interesses da população sem medir
consequências e respeitar seus direitos.
Para
eles, tudo é decidido por cima, na marra. São capazes até mesmo de
atropelar a Constituição Federal, a lei máxima do país, que protege
muitos direitos da população, para satisfazer os interesses particulares
da cúpula governamental do Estado.
Muitos
episódios mostram a truculência dessa dupla que se acha dona da
verdade, conhecedora dos segredos mundiais e por isso, pensa que pode
decidir tudo sem consultar o interesses daqueles que os colocaram no
poder.
Pra
começar, para as obras da copa, passavam por cima de tudo, residências,
reservas florestais, monumentos históricos, entre outras as coisas.
Impuseram que mais de 45 empresas de ônibus usassem uma mesma pintura,
confundindo usuários e favorecendo a crescente redução de qualidade do
transporte carioca, visivelmente observada na má conservação da frota e
nos já rotineiros acidentes que nunca param de acontecer.
Mas
o cúmulo aconteceu durante as obras de reforma do Maracanã (já foi um
erro optar por reformá-lo, ao invés de construir um Estádio totalmente
novo, como fizeram em Salvador, com menos custos e mais rapidez), já que
uma escola, uma instituição indígena e até mesmo o anexo poliesportivo
Célio de Barros serão derrubados para a ampliação do estacionamento.
Estacionamento? Isso não estimula a utilização de automóveis? Que
projeto de mobilidade urbana é esse?
Argumentam
os irresponsáveis que isso tudo faz parte das exigências da FIFA. Mas
no caso da escola e da instituição indígena isso não procede. A FIFA
incluiu em suas exigências a manutenção de escolas e de instituições
compromissadas coma preservação cultural da sociedade, o que inclui a
Casa do Índio. Mas as autoridades fecharam seus ouvidos e mantém a
derrubada, como mulas que se recusam a sair do lugar.
Resta
saber que legado é esse que ficará após a copa, se explicitamente as
autoridades observam essa copa (e também a olimpíada) como fins únicos,
ignorando tudo que passa longe de tais eventos. Dá para perceber que
teremos ruínas em 2017, como fizeram com o PAN que aconteceu anos atrás
no RJ.
E como a corda arrebenta para o lado do mais fraco, quem sairá perdendo é a população. Como sempre acontece, todos os anos.