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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

"Ônibus? Não sei o que é! Não ando nele!"



Todos estão carecas de saber que quem dita as regras do transporte público são justamente quem não usa com frequência os mesmos transportes. Por isso que os transportes representam um setor que há séculos sempre demonstra muitas falhas que não são realmente resolvidas.

Para tentar acalmar os usuários - ou talvez iludí-los - foi criado o modismo da "Mobilidade Urbana", nome pomposo dado a uma série de medidas que são claramente inspiradas no modelo lançado em 1974 pelo político e arquiteto Jaime Lerner, que já mostrou, do contrário que muitos pensam, que não é um sistema perfeito e nem universal, cabendo a cada prefeito escolher um modelo que respeitar as características de cada cidade.

Mas como no Brasil, é hábito colocar paliativos no lugar de soluções definitivas e dar muita ênfase ao aspecto visual (é evidente que a música, por exemplo, faz mais sucesso entre os brasileiros pelo apelo visual do que pelas canções em si - o falecido Michael Jackson que o diga).

E por causa desse aspecto visual, dá-lhe estações bonitas, ônibus compridos, vias elegantes, verdadeiras passarelas que levam o belíssimo sistema para lugar nenhum. Não que o sistema fosse ruim, mas ele não pode ser visto como uma solução em si. Vários fatores deveriam ser analisados - que não o farei aqui, pois não é a proposta dessa postagem).

Aí ficou fácil para as autoridades posarem de "heróis" do sistema de transporte, com os belos "minhocões" deixando todos de queixo caído, vias - cujas obras já surgem com polêmicas, por derrubarem residências, algumas reservas florestais, inclusive - que embelezam as avenidas, deixando-as com cara de cenário de road movie americano. Uma beleza.

Mas e o sistema como um todo? Todo o novo sistema do Rio já está um fiasco. Nem os BRSs conseguiram melhorá-lo, dando apenas uma aparência de moderno que só os que não utilizam o transporte coletivo têm condições de aplaudir. Em outras capitais que já utilizam sistema semelhante, as falhas se estendem a denúncias de corrupção e favorecimentos ilícitos, além de falcatruas facilitadas pela não-identificação de empresas - motivo de muito escândalo em Brasília, capital do país, onde a padronização visual favoreceu até a pirataria.

Os defensores do sistema argumentam que as críticas vem de gente "infantil" e "irritada com o fim da diversidade visual" dos ônibus, como se este fosse o único problema no sistema atual de ônibus nas capitais brasileiras.

Eles é que estão por fora, pois os defeitos, que são muitos, não possuem grande visibilidade para quem, como eles, não utiliza o sistema, enxergando maravilhas que só possam ser vistas por binóculo. Como se a existência de micróbios num ambiente aparentemente limpo não pudesse justificar a existência de sujeiras e doenças neste ambiente.

Aqueles que não utilizam o transporte têm o dever de ficarem calados e pararem de puxar o saco das autoridades que, igualmente não utilizam o transporte que administram. Se não derem razão aos usuários, que sofrem pelos defeitos cotidianos que aumentam cada dia, nunca saberão os reais problemas que as autoridades insistem em não resolver.

E não conte com as "minhoconas" para resolvê-los. Talvez as coisas piorem ainda mais.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

TV em ônibus é a maior palhaçada

O brasileiro é viciado em TV. Não consegue viver sem a sua caixinha hipnotizadora. A TV é a maior responsável pelo péssimo nível baixíssimo da intelectualidade de nosso povo, cada vez menos acostumado a pensar. E quando pensa, pensa errado.

E como para as autoridades, é sempre bom manter o povo bem alienado, decidiram colocar aparelhos de TV em ônibus, com o pretexto de criar uma "distração" para os passageiros. Distração? Para mim, "TV de ônibus" é a janela e não faltam coisas para se ver durante as viagens.

Muitos defensores da ideia já deixam bem clara a mentalidade tosca e limitada de quem ainda vive se iludindo com as escassas e idiotizantes opções de lazer que as autoridades oferecem a quem tem pouco dinheiro. Consequências da lavagem cerebral da "máquina de lavar cérebros".

Já basta que de bares a salas de espera de hospitais, temos que aguentar a - desnecessária, onerosa, mas obrigatória - instalação desses aparelhos, com as inutilidades que aparecem nas telas que irritam a paciência de qualquer pessoa com algum nível satisfatório de quociente de inteligência.

Quando entro nos ônibus com TV dá até uma sensação de mal estar, pois para quem gosta de sossego não pode curtir a viagem em paz com uma TV ligada. Quem gosta de TV, que compre uma portátil ou prepare seu celular para receber sinais de TV e assista com fone de ouvido, em suas cadeiras.

Instalar aparelhos de TV em ônibus é desrespeitar quem precisa de algum sossego durante o deslocamento para o destino desejado.