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domingo, 21 de fevereiro de 2016

Políticos da Região Sul escondem identidade das empresas de seus usuários

Os políticos que governam os estados e municípios da Região Sul do país, sobretudo os prefeitos das capitais, no que se diz a transporte, não costumam ser muito democráticos. 

Governando supostamente em nome da população que os elegeu, os prefeitos das capitais sulistas fazem licitações para escolher as empresas operadoras para depois de sair o resultado, proibir a população de conhecê-las, escondendo sob uma farda imposta pelas secretarias de transportes que dá ênfase aos nomes das próprias capitais, uma informação redundante para quem mora nelas.

A intenção, pelo que se subentende é fazer com que o usuário de transporte seja refém das secretarias de transporte e seja obrigado a recorrer a ela - e somente a ela - quando houver necessidade de resolver um problema ou dar uma sugestão.

O problema é que secretarias de transportes sempre foram péssimas em administrar transportes (as fracassadas empresas públicas de transporte tipo a CMTC paulista são uma prova disto). A competência delas deveria ser apena criar linhas, itinerários e fiscalizar as operações das mesmas.

Mas justamente a Região Sul foi pioneira nesse sistema (nasceu em Curitiba, durante a Ditadura Militar, inspirado na forma de operação dos veículos do Exército) que transforma usuários em reféns de autoridades que fazem o que querem com o transporte sem conhecer detalhes de sua operação, planejada com base em joguinhos de computador semelhantes ao GTA nos aparelhos de dentro de confortáveis escritórios. É uma realidade construída virtualmente sem o verdadeiro conhecimento prático, este "privilegio" de quem é obrigado a usar ônibus em seu cotidiano.

Conhecer as empresas operadoras é um direito da população (e por isso são feitas licitações) e a sua identificação deveria ser a mais explícita possível. Quando muito, as empresas são identificadas com logomarcas ou nomes ilegíveis. Apenas as próprias secretarias e entusiastas conhecidos como"busólogos", ambos não-usuários desse tipo de transporte, sabem como identificar as empresas.

Porto Alegre, por exemplo, que estreia nova identidade visual com base nas áreas onde circulam as linhas. Que tal despadronizar a frota e colocar uma pintura diferente para cada empresa? Acredito que conhecendo a empresa será muito mais eficiente para identificar a área onde tal empresa serve do que uma genérica pintura com o redundante nome da cidade. Mas nossas autoridades cada vez mais burras e interesseiras querem impor a sua marca pessoal a ônibus que não pertencem ao patrimônio da gestão pública.

E com isso vai se ensinando errado como se constrói sistemas de transporte, apagando da memória os tempos áureos do bom transporte fazendo com que estes modelos que já nascem fracassados sejam a única regra, eliminando de vez o caráter democrático do transporte público.

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