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quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

O que está havendo com a Pendotiba e a piora do transporte na Região Oceânica de Niterói

Quem não mora em Niterói está acostumado com o mito de perfeição extrema atribuído a cidade, considerada equivocadamente um dos IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) mais altos do país. Parece que tudo em Niterói é perfeito e de alta qualidade, o que é facilmente desmentido na primeira chegada à cidade.

O sistema de ônibus de Niterói, apesar da renovação frequente - mas não constante - da frota e da refrigeração da maior parte dos carros, é muito falho, com excesso de carros em vária linhas e escassez em outras, além de itinerários e pontos finais mal colocados, com falta de importantes ligações entre bairros.

Mas algo ocorrido ultimamente tem piorado ainda mais o transporte niteroiense, envolvendo - pasmem! - uma das melhores empresas do município, a Pendotiba, que pode estar metida em uma secreta crise, mesmo com a renovação constante de frota (estereotipada como prova de boa situação de empresa de ônibus, o que nem sempre é verdade). Crise conhecida apenas nos bastidores e cujo alcance à opinião pública é evitada ao máximo.

Não vamos ficar aqui fazendo especulações a respeito, para não causar injustiças. Mas a situação é bem estranha, com a empresa perdendo linhas aos poucos e reduzindo a frota nas linhas que ainda mantém. Tudo aconteceu após a implantação do BHLS, que pode ter gerado um altíssimo custo para a empresa que vendeu todos os seus carros de piso baixo e de sua empresa associada a Araçatuba.

Os carros do sistema BHLS (Bus of High Level Service) são carros de piso baixo, motorização traseira avançada e com portas do lado esquerdo. São bem mais caros do que os carros comuns. Era para terem sido elétricos, mas a redução de custos obrigou a aquisição de carros movidos a diesel. Em número bem menor que o planejado originalmente para o sistema.

Mesmo assim, os custos foram mais altos dos que seriam com carros baixos comuns de motorização dianteira, os famosos "chassis de caminhão". Coincidentemente a secreta crise começou após a aquisição deste veículos, que em parte foram cedidos (ou vendidos) a Santo Antônio, após a Pendotiba ter adquirido da encarroçadora CAIO.

As linhas perdidas pela Pendotiba são a 37 (Parque da Colina - Centro), hoje com a Fortaleza e a 40 (Maceió - Centro), hoje com a Miramar. Ameaça a perder a 35 (Baldeador - Centro), já que nos finais de semana a entregou a Miramar, apesar da Pendotiba ter colocado carros novíssimos na linha nos dias úteis. Mesmo assim, a demora de intervalo aumentou nas linhas da Pendotiba e das linhas que as outras empresas receberam dela.

Aguardemos alguma explicação sobre o ocorrido e o andar dos fatos. O que se sabe que a perfeição do transporte de Niterói - que inclui ainda uma rodoviária com caraterísticas de um terminal de uma pequena cidade rural - é um mito bem falso e que há muito o que se fazer para que o transporte chegue ao nível mínimo de satisfação. 

Numa cidade em que o maior número de moradores não utiliza ônibus - a cidade brasileira com o maior número de ricos por metro quadrado, segundo pesquisa recente - parece não fazer questão de melhorar seu sistema, preferindo criar uma imagem de perfeição que só serve para deslumbrar olhos míopes e mentes mal informadas.

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