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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

A pintura padronizada tem a intenção de esconder empresas

Em 2010, o prefeito Eduardo Paes, sob as orientações de Jaime Lerner, criador do superestimado sistema de Curitiba e prefeito da cidade nos tempos da Ditadura Militar, decidiu impôr, sem qualquer tipo de consulta popular, uma uniformização da pintura dos ônibus, por entender que  identificação das empresas era de interesse exclusivo das Secretarias de Transporte e supérflua para a população, que deveria se conformar com a marca da prefeitura estampada nos ônibus.

Pensando se tratar de "modernidade", vários prefeitos de cidades pelo país todo resolveram copiar a medida, que na verdade é de quarenta anos atrás", impondo a medida de pintar propriedades privadas com estampas que servissem de propaganda pessoal das gestões que as controlam.

O ideal seria que prefeitos criassem suas próprias empresas públicas e colocassem nelas as pinturas que quisessem. Mas empresas públicas, como a CTC e a CMTC, fracassaram nas gestões, representando gastos excessivos. A novidade, legal para as gestões, é usar empresas alheias e brincar de "CTC" impondo a elas características das empresas públicas que não são criadas. O nome dessa medida e "criar consórcios".

Cria-se um edital que na teoria respeita as características das empresas, mas na prática as transformam nas empresas púbicas sonhadas pelas gestões. Secretários de transporte se transformam em empresários de transporte e os donos das empresas licitadas em empregados da prefeitura. Fala-se em sistema de concessão, mas na prática parece uma encampação enrustida.

Há o direito da população de conhecer as empresas que operam, que não e respeitado. A ditadura federal acabou, mas prefeitos, livres de algo que os limite, preferiram criar sua ditaduras municipais, privando a população de opinar sobre o que é bom para as suas cidades.

Curiosamente os sistemas que aderiram a padronização envolvem entre as empresas licitadas, as mesmas que rodavam antes da licitação, o que leva a crer que a padronização de pintura está servindo como forma de esconder uma irregularidade. Feira de Santana, uma das poucas a fazer uma licitação 100% limpa, desistiu da pintura padronizada e permitiu que as empresas pintassem seus ônibus como quisessem, favorecendo a sua identificação.

Sistemas que a pintura padronizada foi adotada, já demonstram estra em decadência, com inúmeros erros, má conservação da frota (há suspeitas de sabotagem por parte de quem não concorda como a padronização visual) e mudanças feitas sem o estudo adequado que só aumentam os transtornos de quem utiliza. E é sempre bom lembrar: autoridades não andam de ônibus. Os problemas não as atingem, o que as faz subestimar as consequências de seus próprios erros.

Continuemos com os transportes piorando cada vez mais. Mas culpemos as prefeituras. Pois é o nome delas que aparecem em letras garrafais nas pinturas dos veículos. Se elas assumem seus nomes nas pinturas deveriam assumir suas responsabilidades na decadência dos sistemas de transporte.

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